segunda-feira, 14 de julho de 2008

Escolhendo e aprendendo


Depois de uma franca conversa ao telefone, que a principio me fazia tremer os lábios, mas que finalizou com tranquilidade e até mesmo ternura, minha idéias ficaram mais claras, e revejo atento meus conceitos. Foi estranho deparar com o fato de que eu havia amadurecido de verdade, e que meu desconfiômetro esteve presente todo o momento, mesmo quando eu via coraçõezinhos por toda a parte. E fico muito feliz por isso! Fica aquele vazio inevitável... But.

Por um momento pensei que tava pirando quando me vi cobrando coisas de alguém tão recente, não sabia ao certo o que tava faltando, mas percebia claramente que não estava tendo o que queria, mas o que exatamente eu queria cacete?

Me assustei ao me ver frente-a-frente com o maior dos meus fantasmas, e mais ainda quando me vi abraçando esse mesmo fantasma com intimidade de bons amigos! Eu basicamente queria ser adulto, sem mais nem menos. No diálogo fui percebendo na hesitação da outra parte em se dispor a se comprometer comigo a diferença irreconciliável: eu estava disposto a "encaixá-lo" na minha vida, ele não. No seu tempo, e eu tenho que respeitar isso, ele queria uma companhia tranquila, mas isso não acontece por osmose, a meu ver isso se constrói.

Foi interessante me deparar com essa situação, que foi se desmembrando enquanto conversavamos ao telefone, e o mais interessante foi que previ algo que talvez só viesse a perceber quando fosse tarde demais, ou pelo menos quando a queda quebraria mais ossos meus do que agora.

Eu sempre fui assim, acho que ensaios só servem para o teatro. Talvez seja um extremismo meu, mas já tive decepções demais, já fui largado em diversos altares na vida, e a sensação não é nada agradável. Num relacionamento de qualquer natureza, principalmente o amoroso, no mínimo eu espero o básico, levando-se em conta que me aproximo dos 30 anos, o comprometimento. Brincar de casinha deixei para a adolescência, hoje em dia quero falar sério.

Acho que tudo começa com a quimica, e como é delicioso encontrar essa quimica, nossa! O beijo, o abraço, o dormir juntinho e sentir partes do corpo do seu parceiro encostando em você, mesmo quando ambos dormem, aquele "lembrete" de que você tem alguém mesmo no sono. Depois de passada aquela gostosa sensação inicial de "I found you!" é hora de colocar os pingos nos is.

Eu, Max, tenho minha própria filosofia, não sei se tô certo, mas acho que pra começar é importante lembrar e realizar que o "fofismo" inicial é causado por uma porrada de quimicas que nosso corpo libera, associado a alegria de estarmos nos desencalhando. Acho válido, mas relacionamento de adulto implica levar um adulto pra casa, com todos os defeitos de fábrica e de mal uso. E que não há troca, manutenção ou garantia.
Relacionamento pra mim é se adaptar, é fazer concessões, é saber desde o comecinho que DR às vezes é bom, mesmo quando é chato, que os conflitos aparecem para propor ajustes, por ambas as partes envolvidas. Eu vejo hoje em dia muitos relacionamentos de um só, muita gente carente "engolindo sapos" só pra não contrariar namorado (a), a vida ficou tão corrida que ninguém mais tem tempo pra pensar em quem está do seu lado. Eu posso ser muito estranho, mas prefiro ficar sozinho a isso.

Eu tô triste agora, é muito dificil abrir mão de uma quimica tão rara, de um carinho que vai demorar muito pra eu encontrar novamente, mas não tem jeito, que venham os DR's, mas me anular, foríssima de questão.

Mas é isso aí, escolhas desse gênero devem ser feitas com o coração e com a cabeça, mesmo quando dói, como agorinha. Mas já já passa, sempre passa.

2 comentários:

Anônimo disse...

A vida é feita de escolhas meu caro, e cada escolha é uma renúncia. Nos agredir passando por cima do que acreditamos, dos nossos valores, nunca será um bom caminho.
Ótimo texto!
Forte abraço

Unknown disse...

A escolha muito vezes é dolorosa, mas fica sempre a sensação de que tivemos força e coragem para fazê-la... Sinal dos tempos: estamos ficando velhos, amigo! rs