sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Max and the Sea

Real demais pra sonhar. Imediatamente me veio essa frase na cabeça quando sentei para escrever. Um sagitariano típico temperado com veia artística, meio cartoon querendo ser filme noir. Confesso que tenho um talento inato em escrever e descrever a vida, transformando um singelo café-da-manhã “pão com ovo” num refinado brunch. Pessoas como eu são vistas como sonhadoras, dramáticas, solitárias nos seus mundinhos grandiosos, rodeados não de muros, mas de pesadas cortinas de teatros.

Assumi muitos dos meus lados, o obsessivo, o controlador, o narcisista, além disso, finjo não ser tão adorável, tenho freqüente repulsa de ser sentimental, hora penso que sou um frio e cínico megalomaníaco, hora que sou simplesmente um garotinho carente e patético tentando se encaixar.

Dramas a parte (porque a vida seria muito “sem sal” para alguém como eu) tenho uma coleção de momentos frustrantes, quando achei que daria um grande salto em direção a algum lugar, mesmo que não fosse o ideal, mas pelo menos diferente, dei foi com a cara em algumas paredes.

Passada minha contemplação pós-trauma, vivenciada com minhas melhores e mais dramáticas lágrimas e frases de efeito entoadas com minha voz de ator shakesperiano (uau, eu merecia um Oscar!), caí de novo na rotina, tentando fazer dos meus tombos números de pastelão, meus romances frustrados em dramas épicos e minhas fugas noturnas em aventuras do underground, algo meio Spin City.

Escrever esse blog foi meio que revelador pra mim. Sempre fui de escrever e depois rasgar tudo, nunca achei que seria bom o suficiente, ou então fiquei com medo de desvelar uma faceta cuidadosamente mantida no mistério, bullshit!

Foda-se! Ninguém leva tão a sério assim. Algumas pessoas riem, outros se identificam ou me criticam, e inesperadamente ACHO DIVINO! Outro dia uma amiga me disse que ela e mais outro amigo adoravam rir dos meus textos (sim sim, você mesma baixinha), por um segundo eu pensei “mas será que era pra rir?”.

Sim sim, novamente, esse foi exatamente o espírito da coisa! A vida é tão cheia de possibilidades, mas ao mesmo tempo TÃO limitada que eu tenho achado muito digno rir bastante, e me permitir.

Minhas experiências tão frustrantes me prepararam para o dia de HOJE, tornaram possível eu dar esse pulinho que estou dando. Meus trabalhos odiosos sem querer abriram as portas pra uma nova experiência, minha relação de amor e ódio com minha família me preparou pra encarar novas dificuldades dando o tom certo, dramatizando só pra dar uma “moldura” (I’m sorry, não abro mão disso...), mas sendo totalmente dispensável se eu quiser.

Nunca vou fugir da minha fantasia, sempre associarei um lindo pôr-do-sol a um belíssimo modelo de “sunglasses” e taças de vinho (ou um Fruit de La Pasion geladíssimo!) numa praia belíssima, mas vou soltar muito “puta que pariu” reclamando da queimadura de sol.

Estar pronto pra viver? Isso não existe, é um mito. Saber viver sua natureza é que é bom demais. Eu vivo com os pés no chão, mas sou um sagitariano chato pra cacete, performático, de nome chique e pés chatos.

Cansado desses palcos me lanço numa aventura muito verdadeira em qualquer lugar. Autoconhecimento ou trabalho escravo? Os dois juntos, pode ser? Sem querer abraço uma nova oportunidade na minha vida, deixando pra trás meus antigos enredos e escrevendo como faço nesse blog, de qualquer jeito, sem afinação, ou limites (inclusive para o tamanhão dos textos).

Sorry, não sou Clarisse nem Jabor, sou Max, me tornando “Minimum” num mundão grandão.

Vou tentando escrever por aí, primeiro no papel (não vai ter mais aquela classe de Carrie Bradshaw nem as correções do Windows, mas vai ter toda uma dramaticidade que é a minha cara!), depois passo tudo pra cá, prometo!

Ah, ainda sem data, mas até o final do ano, hope so!