terça-feira, 5 de agosto de 2008

TV - Escola de infames ou Espelho da realidade?


Os ciclos da vida são bem confusos, primeiro nascemos de forma violenta, somos retirados de um lugar quente e confortável e somos jogados na claridade, no barulho, na loucura do mundo... Depois somos tratados como porcelana, com todo o carinho, livres para dormirmos o quanto quisermos, espernearmos quando queremos algo, e nunca somos repreendidos por isso! Quando vamos crescendo somos forçados a repetir palavras, nosso dialeto do gugu dádá não serve mais, somos condicionados a rotinas, e as regras vão entrando na nossa vida, mal sabemos que... Para ficar. Aprendemos que o "errado" causa dor, machuca... Depois, com total crueldade deparamos com as punições, você pode levar um choque, morrer, ir pra cadeia...

Mas eu queria falar mesmo era da TV, nossa terceira educadora, depois dos nossos pais e da escola, uma criadora de zumbis, de idiotas, um alimento para a alma dos fracassados, ou simplesmente um entretenimento de primeira!

Como todos os educadores é confusa, contraditória. As religiões são assim, todo mundo respeita a Bíblia, por exemplo, mas poucos realmente se deram ao trabalho de realmente entendê-la... O sistema penitenciário foi a solução encontrada pela nossa sociedade para a correção de desajustados, mas converteu-se em um lugar de tortura, estupros, violência física e mental em pessoas perturbadas.

Essa semana zapeava na TV quando passei pelo programa da Oprah, acho que o tema era sobre educação, assisti uns 3 minutos, honestamente acho aquelas mulheres tão estranhas, meio "Esposas de Stepford"... Uma especialista falava que os pais deveriam praticar uma espécie de jogo com os filhos menores, do tipo "Vamos fazer uma lista das coisas boas que temos e que devemos agradecer todos os dias!", ou então "Que tal se todos os dias antes de dormir escrevessemos 10 coisas produtivas que aconteceram no dia de hoje?"

Não sei, acho tudo meio estranho, mesmo as soluções encontradas pela Supernanny me parecem meio bizarras... "Cantinho do castigo?", come on! Eu me lembro de como eu era quando criança, e era muito mais esperto do que isso.

Mas tem aparecido uns programas para adultos tão interessantes, e inclusive acho até uma surpresa que tenham saído da cabeça de americanos, sempre tão hipócritas e sonsos.

Olha, adoro "Sex and the city", mas convenhamos que não teria o mesmo glamour se Carrie tivesse que pular os mendigos, que " dominam" as ruas do Rio de Janeiro, carregando sacolas de compras da Dior, Gucci ou Manolo. É como em novelas da Globo, o povão ADORA, porque os ricos estão sempre belíssimos em seus apartamentos no Leblon, e os pobres não falam de falta de dinheiro, emprego frustrante ou ônibus cheio, é tudo alegria e samba!

Acompanhei as 2 temporadas de "Dexter", uma série sobre um psicopata criado por um policial, condicionado a SOMENTE dar vazão aos seus instintos assassinos quando a vítima for realmente filha da puta. Esse Dexter cresce, vai trabalhar com a policia e vai seguindo os ensinamentos do seu pai, relaciona-se com uma moça (mesmo não tendo sentimentos por ela, ou por ninguém, nem tesão), sai pra beber com os amigos do trabalho (achando tudo um tédio), tudo parte de um plano controlado de não chamar a atenção... Acho brilhante! O mais engraçado é que o personagem virou ídolo dos americanos, mesmo aparecendo em todos os episódios retalhando gente e jogando o cadáver no mar. Vai entender...

"Weeds" é uma delicia também, bem mais leve. Uma dona-de-casa, interpretada pela ótima Mary-Louise Parker vê-se perdida, sem condições de sustentar sua familia. Solução: Envolve-se com traficantes e torna-se fornecedora de Maconha. Mais uma vez os americanos me surpreendem, até porque ela não é punida, não é vista com uma vilã, é simplesmente uma pessoa desesperada tentando dar uma vida digna para os filhos.

A nova (tô louco pra assistir) "Secret diary of a call girl" é sobre uma jovem da classe média que torna-se prostituta. Aguardo algo fora do esteriótipo, do dramalhão... Simplesmente uma boa história pra se acompanhar e pensar.

Tem uma adolescente chamada "Skin" que parece também ser bem interessante, são adolescentes de todos os tipos: O gay assumido, a bulimica, o muçulmano que estuda nos Estados Unidos, e muito sexo, um personagem recorrente na série, assim eu li.

Não perco muito tempo com TV (eu sei, nem parece...), se bem que transferi esse vicio para o computador, mas prefiro sinceramente acompanhar personagens complexos, histórias que poderiam ser reais sobre gente de verdade mesmo. Ah, lógico que adoro acompanhar as fofocas dos astros gringos também, sou fútil e assumo!

Aprendo com documentários, adoro inclusive, mas me educo com meus próprios pensamentos, porque a TV acaba sendo tão confusa quanto nossos pais educadores, ou nossos professores, chefes, amores...

Ih, confundiu tudo! Alguém me explica?

Nenhum comentário: